Gonçalo Junior
[...] O diplomata [Alberto da Costa e Silva] admite que existe sim certa resistência da universidade e de parte da crítica a escritores que fazem sucesso popular. “Sua obra é rica de matizes, cores e até mesmo serve como exemplo de determinada interpretação do Brasil.” A academia, afirma Costa e Silva, tem, na verdade, dificuldade em se debruçar sobre a obra de Amado. “Acontece que determinados setores intelectuais têm fascínio pelo formalismo e Jorge é antiformalista por natureza. Do mesmo modo que é difícil estudar a poesia de Manuel Bandeira e de Cecília Meirelles, é mais fácil se ater a João Cabral de Melo Neto, porque ele tem características formais muito claras.” |