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Foto de capa
Marcel Gautherot
21.00 x 14.00 cm, 368 pp.
ISBN 9788535915716
99,90
Seara vermelha
Romance, 1946 | Posfácio de Nelson Pereira dos Santos
     As terras onde Jerônimo e Jucundina trabalharam durante vinte anos no sertão nordestino mudam de mãos, e o novo proprietário dispensa os colonos. Jerônimo e a mulher decidem tentar a sorte nas lavouras de café em São Paulo. A família toda segue a trilha sertaneja: com o casal vão os dois filhos, Agostinho e Marta, três netos, Tonho, Noca e Ernesto, além de dois irmãos de Jerônimo e seus familiares.
     Seara vermelha é um romance sobre a luta dos retirantes por condições de vida dignas e por um lugar em que possam descansar da luta diária pela sobrevivência. Na jornada pela caatinga, os sertanejos sofrem com a falta de comida e a aspereza da paisagem. Depois de passar fome e penar com o sol abrasador do sertão, chegam finalmente a Juazeiro, às margens do rio São Francisco, de onde seguem viagem, agora de navio.
     A penúria nordestina aparece no livro como fruto não somente da seca, mas também da exploração latifundiária. Por isso, os sertanejos decidem deixar as terras de origem: seu destino final é a cidade de São Paulo, onde moram as esperanças de dias melhores.
     Os que ficam na paisagem árida do sertão, como outros três filhos de Jerônimo e Jucundina, tentam a sorte como podem. João, ou Jão, torna-se soldado. José, ou Zé Trevoada, vira jagunço, e Juvêncio, o Neném, integra-se ao Partido Comunista. Seara vermelha aponta, assim, para as saídas, às vezes extremas, encontradas pelos sertanejos: a retirada e o abandono de seu lugar de origem, a religião, o cangaço e a atuação social por meio da luta revolucionária.
SEARA VERMELHA
Dashiell Hammett
A fronteira entre a lei e o crime é tênue em Personville, a ponto do lugar ter recebido o apelido de Poisonville ("cidade do veneno"). O detetive da Agência Continental começa uma averiguação e acaba enredado pelas próprias armadilhas. Dashiell Hammett, o inventor do romance policial moderno, investiga aqui a corrupção e a violência americanas.


     Jorge Amado publicou Seara vermelha em 1946. No ano anterior, havia sido eleito deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro, como representante de São Paulo. A eleição recompensava o escritor de um período difícil: os anos de intensa atividade política, censura e perseguições do Estado Novo (1937-45).
     Depois de ter sido preso duas vezes, em 1936 e 1937, Jorge Amado passou a atuar em defesa dos presos políticos acusados de ser comunistas. Escreveu ABC de Castro Alves, biografia do poeta baiano, e exilou-se no Uruguai e na Argentina para pesquisar sobre a vida do líder revolucionário Luís Carlos Prestes.
     Seara vermelha é dedicado a Prestes. Além disso, o romance toma emprestados versos de Castro Alves e uma frase de Prestes como epígrafes. A orientação política do livro é bastante acentuada, característica marcante da primeira fase da literatura do autor. Mas em Seara vermelha ocorre mudança significativa no cenário da ficção do autor. A ação não se passa na cidade da Bahia nem no eixo Ilhéus-Itabuna, a zona da cultura do cacau. Aqui, é o sertão baiano o palco das disputas desiguais e às vezes sangrentas que envolvem proprietários e trabalhadores.
     O romance foi concluído em junho de 1946, na casa de campo do autor, em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro. Em 1963, Seara vermelha foi adaptado para o cinema pela Proa Filmes, com direção de Alberto d’Aversa, roteiro e diálogos de Jorge Amado e D’Aversa, e música de João Gilberto.
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Créditos | Fundação Casa de Jorge Amado
Apoio educacional: Volkswagen
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