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Foto de capa
Marcel Gautherot
21.00 x 14.00 cm, 400 pp.
ISBN 9788535921373
99,90
Bahia de Todos os Santos
Crônica, 1945
     O povo é doce, acolhedor e ruidoso, mas também dotado de certa timidez, fruto da mistura de portugueses e negros. Nesta cidade onde se conversa muito, sopra uma aragem marítima constante e o tempo ainda não adquiriu a velocidade dos grandes centros urbanos. A topografia é privilegiada: situada entre o mar e o morro, divide-se em Cidade Alta e Cidade Baixa e se abre para o mar.
     Jorge Amado compõe aqui um guia das ruas e dos mistérios de São Salvador da Bahia de Todos os Santos, a cidade da Bahia, “negra por excelência”, fundada em 1549. O autor descreve os bairros proletários e os nobres, as feiras e os mercados, as inúmeras ladeiras e ruas da cidade, e apresenta as praias locais, como Itapuã, Amaralina, Pituba e o Farol da Barra.
     Além de traçar a cartografia do lugar, faz uma crônica dos costumes da população baiana: discorre sobre as igrejas, as macumbas e os terreiros, as comidas típicas, a lavagem da igreja de Nosso Senhor do Bonfim, as homenagens a Iemanjá e a são João, entre outras festas populares. O autor investiga o caráter do baiano, valorizando a mestiçagem do povo e as contradições de seu espírito libertário e conservador.
     Apesar do esforço histórico e interpretativo para compreender Salvador, Jorge Amado chama a atenção para o mistério que recobre a cidade. De onde ele vem, ninguém sabe. Dos batuques do candomblé? Dos saveiros do cais? Das igrejas? Do mercado? Da Baixa dos Sapateiros? O escritor recomenda que não se tente decifrar os segredos da cidade, pois seus mistérios envolvem por completo o corpo, a alma e o coração dos baianos.
LIVRO DE LETRAS
Vinicius de Moraes
Resultado de busca meticulosa em gravadoras, editoras musicais, arquivos particulares e no acervo de inéditos do poeta, esta é a mais completa antologia das letras de canções criadas pelo poeta.


     Escrito em 1944, este relato sobre a cidade de Salvador foi publicado no ano seguinte. O autor reviu e atualizou o livro no decorrer do tempo, mas o texto não mudou substancialmente de edição para edição, até mesmo porque “não mudou a Bahia no fundamental, em sua beleza antiga e em seus problemas”, como anotou o próprio Jorge Amado.
     Canto de louvor à cidade da Bahia, o livro evita, porém, o pitoresco dos guias turísticos. Passa em revista as belezas e as qualidades da capital baiana, e faz questão de abordar também suas misérias e dores. Jorge Amado relembra que as ruas da cidade conservam as marcas da escravidão e que há questões crônicas de saúde e de moradia que atingem a população mais pobre.
     No começo e no final do livro, o autor se dirige a uma leitora imaginária, que ele convida a conhecer a cidade, tanto em seus atrativos quanto em seus dramas. O mesmo procedimento de aproximação com o leitor ocorre em outros livros seus escritos nessa época: ABC de Castro Alves e O cavaleiro da esperança.
     Ecos da intensa atividade política do autor podem ser sentidos no texto, já que no ano de publicação do livro Jorge Amado foi eleito deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro. O livro mantém ainda o espírito do momento histórico em que foi escrito. Há referências à Segunda Guerra Mundial e à situação geopolítica mundial. Para Jorge Amado, isso confere ao livro um sabor de “documento de época”, pois descreve a vida de uma cidade brasileira durante a guerra contra o nazi-fascismo.
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