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21.00 x 14.00 cm, 304 pp.
ISBN 9788535916591
89,90
ABC de Castro Alves
Biografia, 1941 | Posfácio de Alberto da Costa e Silva
     “A praça é do povo, como o céu é do condor”, diz um dos poemas mais conhecidos de Castro Alves. Autor de Espumas flutuantes, Vozes d’África e Navio negreiro, ele ficou conhecido como o poeta dos escravos, graças a sua atividade abolicionista e às composições sobre a dor dos africanos cativos. As vivências precoces de coragem, romantismo e luta marcaram sua poesia, pautada pelo amor à liberdade.
     Antônio Frederico de Castro Alves nasceu no sertão baiano em 1847, numa época de disputas sangrentas, de amores proibidos e de lei feita ao sabor da vontade dos homens. Na infância, passada em Curralinho, hoje Castro Alves, e na capital Salvador, o pequeno Cecéu viveu suas experiências poéticas iniciais. Descobriu o amor e a morte nos mistérios da família da mãe, Clélia Brasília, e a importância da luta na convivência com o tio, João José. Agitador popular, o tio era o inverso do pai, o respeitável médico Antônio José Alves.
     Para contar a biografia de Castro Alves, Jorge Amado recua até o tempo dos ancestrais do poeta, para então reconstituir os fatos mais importantes de sua vida, como a descoberta de Byron e Victor Hugo, o caso de amor com a atriz portuguesa Eugênia Câmara, os estudos de direito no Recife e em São Paulo, os debates com Tobias Barreto, a amizade com Fagundes Varela, a campanha republicana ao lado de Rui Barbosa e Joaquim Nabuco e a morte por tuberculose aos 24 anos.
     Jorge Amado narra, de maneira apaixonada e em ritmo de romanceiro popular, a vida de um escritor que fez da poesia uma arma do povo e um instrumento da beleza, do compromisso e da esperança. O tom lírico e envolvente da narrativa vem combinado ao rigor histórico da pesquisa, à sensibilidade crítica do romancista e aos poemas de Castro Alves intercalados por Jorge Amado à trama biográfica.
FLÂNEUR, O
Edmund White
O escritor americano Edmund White, que morou dezesseis anos em Paris, flana pela cidade e vai a lugares praticamente desconhecidos dos visitantes (e mesmo da maioria dos parisienses). White mostra a arquitetura íntima dessa cidade que, talvez como nenhuma outra, desperta todo tipo de fantasias de felicidade.


     ABC de Castro Alves foi escrito por Jorge Amado em um período de intensa atividade política. Filiado ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), o escritor sofreu a perseguição do Estado Novo, regime instituído por Getúlio Vargas em 1937. Foi preso duas vezes, e alguns de seus primeiros livros chegaram a ser queimados pela polícia. Em 1939, já em liberdade, Jorge Amado trabalhava como redator-chefe das revistas Dom Casmurro e Diretrizes, no Rio de Janeiro, quando começou a escrever a biografia de Castro Alves.
     O primeiro capítulo do livro foi publicado em Diretrizes, em 1940, e o escritor terminou de elaborar o abc do poeta baiano no bairro da Urca, em março de 1941. O livro saiu no mesmo ano, pela Livraria Martins Editora, de São Paulo. Na época do lançamento, Jorge Amado estava em viagem ao Uruguai e à Argentina. Nos países vizinhos, iniciou suas pesquisas para a biografia de Luís Carlos Prestes, O cavaleiro da esperança, publicada em Buenos Aires em 1942. No Brasil, a situação política ainda era conturbada, e ABC de Castro Alves foi alvo de forte censura: sua vendagem e exibição nas livrarias foram proibidas pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP).
     No livro, Jorge Amado chama Castro Alves de “um democrata na mais pura acepção da palavra” e de “pai da poesia negra da América”. O autor, além disso, dirige-se a uma leitora imaginária, que chama de “amiga”, revelando o desejo de diálogo com o leitor e com o povo baiano, o que se reflete também na alusão ao abc, forma de composição popular que conta a vida de heróis e santos.
     A pedido da atriz Bibi Ferreira, Jorge Amado voltaria a escrever sobre o poeta dos escravos. Em 1944, redigiu a peça O amor de Castro Alves. O texto, porém, não chegou a ser encenado. Posteriormente, a obra foi editada com o título O amor do soldado (1947).
     ABC de Castro Alves ganhou adaptação do balé do Teatro Castro Alves com o título de Sonhos de Castro Alves, em peça idealizada por Antonio Carlos Cardoso, com coreografia de Víctor Navarro e música de Egberto Gismonti.
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