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21.00 x 14.00 cm, 400 pp.
ISBN 9788535918786
99,90
O cavaleiro da esperança
Biografia, 1942
     Luís Carlos Prestes nasceu em Porto Alegre, no dia 3 de janeiro de 1898, filho do tenente Antônio Pereira e de dona Leocádia. A infância foi de privação econômica, sofrimento e mudanças entre o Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro. O pai morreu antes que ele completasse dez anos, e foi o pequeno Luís Carlos quem teve de consolar a mãe e as irmãs, assumindo a dianteira da família. Na casa paterna, o menino aprendeu que o horizonte, mesmo o mais cinzento, sempre escondia atrás de si um céu azul e livre. Seu objetivo de vida tornou-se buscar a felicidade dos oprimidos e lutar em favor do povo.
     O cavaleiro da esperança louva a dignidade e o heroísmo do maior líder revolucionário brasileiro. O sentimento de injustiça falou cedo ao coração de Prestes, que em sua carreira militar, na juventude, deu início a uma das trajetórias mais singulares da política nacional. Aos onze anos, ele entrou para a Escola Militar do Realengo. Em 1922, acompanhou de perto a revolta dos Dezoito do Forte de Copacabana. Em 1924, iniciou a marcha de cerca de 25 mil quilômetros que ficou conhecida como Coluna Prestes. Viveu na Bolívia, no Uruguai e na União Soviética. Em 1935, fundou a Aliança Nacional Libertadora e liderou a Intentona Comunista. Em 1936, foi detido junto com a mulher, Olga Benário, grávida da filha do casal, Anita Leocádia. Ainda encontrava-se preso, em 1942, enquanto Jorge Amado escrevia este perfil biográfico.
     O autor define a Coluna Prestes como o grande momento de um Brasil em busca de si mesmo e compara a importância histórica de Prestes à de Tiradentes, José Bonifácio, Castro Alves e Floriano Peixoto. Escrito quando o Brasil vivia o regime do Estado Novo e o mundo atravessava o período sombrio da Segunda Guerra Mundial e do nazismo, esta biografia reafirma a crença na liberdade, na democracia, na igualdade e no futuro.
OLGA
Fernando Morais
A história de Olga Benario, judia e comunista, companheira de Luís Carlos Prestes. Grávida, foi entregue pelo governo de Getúlio Vargas à polícia secreta alemã e acabou assassinada nos campos de concentração nazistas.


     Durante o Estado Novo (1937-45), regime ditatorial instituído por Getúlio Vargas, Jorge Amado sofreu censura e perseguição. Foi preso duas vezes, em 1936 e 1937, acusado de envolvimento com a Intentona Comunista e de ser subversivo. Em 1937, inúmeros exemplares de seus livros foram queimados em praça pública em Salvador. Nos anos seguintes, o autor produziu suas obras mais engajadas. Entre elas ABC de Castro Alves, a trilogia Os subterrâneos da liberdade e O cavaleiro da esperança.
     Jorge Amado decidiu escrever a biografia de Prestes em 1941, como uma forma de pressionar pela libertação do líder revolucionário, preso desde 1936. Viajou então ao Uruguai e à Argentina, onde Prestes havia se exilado anos antes. Escrito em Buenos Aires, o livro foi publicado na Argentina em 1942, em espanhol. Na época, exemplares dessa edição eram negociados clandestinamente no Brasil, muitas vezes por valores exorbitantes. Cópias do texto circularam em segredo. Posteriormente, também a edição argentina foi proibida e queimada por ordem do governo de Juan Domingo Perón.
     A primeira edição brasileira saiu em 1945. Com o golpe militar de 1964, o livro voltou a sumir das livrarias. A edição seguinte saiu apenas em 1979.
     Assim como na biografia de Castro Alves, escrita um ano antes, neste livro Jorge Amado se dirige incessantemente a uma leitora imaginária, a quem chama de “amiga” e às vezes de “negra”. O procedimento revela a intenção de falar diretamente ao povo brasileiro, conclamando os leitores a tomar posição pela democracia e pela liberdade. Como anota o próprio autor, “este não é nem pretende ser um livro frio”, mas uma obra escrita “com paixão, sobre uma pessoa amada”.
     O cavaleiro da esperança foi publicado em Portugal e traduzido para mais de vinte idiomas. Em Praga, Tchecoslováquia, o livro ganhou adaptação para o rádio, em 1951.
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