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21.00 x 14.00 cm, 384 pp.
ISBN 9788535919806
77,90
Os subterrâneos da liberdade | A luz no túnel
Romance, 1954 | Posfácio de Daniel Aarão Reis
     O romance A luz no túnel é o último volume da trilogia Os subterrâneos da liberdade, da qual fazem parte também Os ásperos tempos e Agonia da noite. Como os demais livros, retrata episódios ocorridos durante o Estado Novo (1937-45) e a resistência do Partido Comunista Brasileiro durante o período.
     As perseguições aos comunistas intensificaram-se em 1938, com as greves nas fábricas de Santo André, e vários membros do partido estão detidos. A história segue até 1940, quando ocorre o julgamento do líder revolucionário Luís Carlos Prestes, preso desde 1936.
     O autor faz um retrato minucioso das atrocidades cometidas pela polícia do Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo, comandada pelo delegado Barros, para obter informações sobre as atividades clandestinas. Entre os presos, está o camarada Zé Pedro, que passa por tortura e é obrigado a assistir aos abusos cometidos também contra sua mulher, Josefa.
     Os donos do poder econômico são personificados no banqueiro Costa Vale e no empresário americano John B. Carlton. Em oposição a eles, estão os operários e os trabalhadores da zona rural, estes liderados por Zé Gonçalo, que lutam pela terra no Mato Grosso. Uma empresa americana busca instalar-se na região para explorar manganês, com mão-de-obra japonesa.
     Em A luz no túnel, o cenário é ainda mais negativo para o Partido Comunista do que nos outros livros da trilogia, pois o contexto é o do auge da Segunda Guerra Mundial, com a ocupação da França pelos nazistas e a hesitação de Vargas, que tende a apoiar os alemães e acaba sucumbindo aos americanos. Mas os companheiros não perdem o otimismo. Novos militantes enxergam uma “luz no túnel”: em massa, eles acompanham o julgamento de Prestes, herói maior e estímulo para continuarem na luta.
STÁLIN
Simon Sebag Montefiore
Nesta biografia de Stálin e de seus assessores mais próximos, os chamados "magnatas", Simon Sebag Montefiore expõe em minúcia a vida cotidiana e os bastidores do Kremlin, num período marcado por suspeitas, perseguições, execuções e terror generalizado.


     A trilogia Os subterrâneos da liberdade é composta pelos romances Os ásperos tempos, Agonia da noite e A luz no túnel; caracteriza-se por uma forte crítica à ditadura de Getúlio Vargas, o Estado Novo (1937-45), do ponto de vista de um integrante do Partido Comunista Brasileiro. Jorge Amado era militante desde 1932, mas após as denúncias de Nikita Khruchióv contra Stálin no 20o.Congresso do Partido Comunista da União Soviética, o escritor se desliga do PCB.
     Obra de literatura engajada, escrita por um autor que procurou atuar em seu momento histórico, os romances de Os subterrâneos da liberdade pretendem ser também documento e instrumento de luta. Aqui, o autor abandona a paisagem e os personagens baianos, centrais em sua ficção. São Paulo é o espaço principal das ações, palco daqueles que apóiam o regime, assim como de seus opositores e das forças econômicas dominantes.
     O escritor conta detalhes da repressão ao Partido Comunista Brasileiro, das censuras, torturas e prisões (o próprio Jorge Amado foi preso duas vezes no período), fazendo na ficção uma crônica histórica daquele momento conturbado da política brasileira.
     O livro foi escrito no exílio, depois que, em 1948, o registro do Partido Comunista foi cancelado e o mandato parlamentar de Jorge Amado, cassado. O escritor mudou-se então para Paris. Sua mulher, Zélia Gattai, e o filho do casal, João Jorge, juntaram-se a ele em seguida. O romancista foi obrigado a deixar também a França, transferindo-se para Praga, na Tchecoslováquia, onde se instalou com a família no Castelo dos Escritores, antiga residência aristocrática transformada em sede da intelectualidade comunista.
     Foi ali que a série Os subterrâneos da liberdade começou a ser escrita, em março de 1952. A trilogia foi concluída em novembro de 1953, no Rio de Janeiro, e publicada em 1954. Nas cinco primeiras edições, foi editada como um único romance. Depois, passou a ser publicada em seu formato atual, dividida em três volumes, atendendo à idéia original do autor.
     Autocrítico, Jorge Amado reconheceu anos mais tarde o caráter sectário da obra. “Não há nada pior que o espírito de seita. Esse tipo de pensamento mofou”, disse ele. Por outro lado, reconheceu a importância desses romances em seu amadurecimento literário. “Descobri ali a grande arquitetura do romance - algo que me foi de muita valia mais tarde, em livros como Dona Flor, Tereza Batista, Tieta do Agreste, Tocaia Grande e Tenda dos Milagres, textos que representam um nítido reflorescer em minha obra.”
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