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18.00 x 12.50 cm, 280 pp.
ISBN 9788535914061
54,90
Capitães da Areia (Edição de Bolso)
Romance, 1937 | Posfácio de Milton Hatoum
     Nesta história crua e comovente, Jorge Amado narra a vida de um grupo de meninos pobres que moram num trapiche abandonado em Salvador. Os Capitães da Areia têm entre nove e dezesseis anos e vivem de golpes e pequenos furtos, aterrorizando a capital baiana.
     Do valente líder Pedro Bala, com seu rosto atravessado por uma cicatriz de navalha, ao carola Pirulito, que reza todas as noites para purgar seus pecados; do sensato Professor, o único inteiramente letrado do grupo, ao sedutor Gato, aprendiz de cafetão, cada um desses meninos tem sua personalidade própria, sua concepção de mundo, seus sonhos modestos.
     A má fama do grupo, no entanto, se espalha pela cidade. Contra eles se levantam os jornais, a polícia, o juizado de menores e as “famílias distintas”. Mas há também quem os ajude: o padre José Pedro, a mãe de santo Don’Aninha, o estivador João de Adão e o capoeirista Querido-de-Deus.
     Os meninos crescem e encontram caminhos variados: marinheiro, artista, frade, gigolô, cangaceiro. O líder Pedro Bala decide lutar e assumir a tarefa de mudar o destino dos mais pobres.
     Influenciada pela militância comunista do autor na época em que foi escrita, a narrativa de Capitães da Areia transcende a orientação política mais imediata. Divididas entre a inocência da infância e a crueza do universo adulto, as crianças têm de lidar com um cotidiano ao mesmo tempo livre e vulnerável, revelando um desamparo e uma fragilidade que, em muitos aspectos, permanecem atuais.
     Jorge Amado terminou de escrever Capitães da Areia a bordo de um navio a caminho do México, durante uma viagem pela América Latina e Estados Unidos. Enquanto isso, no Brasil, Getúlio Vargas instituía o Estado Novo. Na volta ao país, em novembro de 1937, o escritor foi preso em Manaus pela polícia do novo regime. Não era a primeira vez: ele havia sido preso no ano anterior, acusado de participar da Intentona Comunista.
     Capitães da Areia revelava-se então um livro profético: o escritor vivia história similar à do protagonista Pedro Bala, que acaba perseguido e detido por ter se tornado “militante proletário”. Quando publicado, o livro foi considerado subversivo e teve inúmeros exemplares apreendidos e queimados pela polícia em praça pública. Jorge Amado recebeu a notícia na cadeia.
     O livro ganharia nova edição apenas em 1944. Desde então, tem sido o romance mais editado de Jorge Amado:
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